Auto-hipnose para administração da dor Flávio Alcântara Hipnose | 12 Jun 2020 Dor é um sinal para demonstrar que algo está errado com seu corpo. Algumas dores precisam até de auxílio de saúde e método de tratamento clínico para serem tratadas de forma definitiva. No entanto, há pessoas que enfrentam dores por causa de diferentes condições e não têm muitas opções, além de saber lidar com elas.Essa constatação exige o cumprimento terapêutico, pois existe a possibilidade de o indivíduo não saber lidar, e isso pode acarretar no surgimento de problemas comportamentais.Uma opção para auxiliar esses pacientes, diminuindo a necessidade de medicamentos, é o uso da auto-hipnose para diminuir a dor. Neste artigo, explicaremos como a auto-hipnose atua no corpo e as evidências científicas que provam que é útil usar a hipnose para ajudar nesse problema. Confira!Por que a auto-hipnose pode ajudar no controle da dor?A princípio é preciso entender que esse desconforto que acompanha os pacientes durante a vida é chamada de “Dor Crônica”. Apesar de as dores não serem psicológicas, são uma interpretação de um estímulo, ou seja, “acontecem” no cérebro e isso pode tornar a sua modulação atingível, através da hipnose. Milton H. Erickson, o psiquiatra que revolucionou a hipnose, utilizou táticas de auto-hipnose para aliviar a dor de longo prazo que eles experimentavam da poliomielite.Essa abordagem surge do uso de recomendações para mudar a noção de dor. Se o indivíduo sem auto-hipnose sentir uma dor com sensação de “queimação”, pela hipnose, ele pode experimentar ajustes na percepção desse estímulo, de modo que seja apenas uma sensação distinta e mais leve. Com a aplicação, a eficiência pode aumentar e é até possível não reconhecê-la.Além disso, as dores não persistentes, mesmo as mais intensas, como a dor do parto, também podem ser aliviadas por meio da hipnose. Uma das explicações de por que a auto-hipnose tem esse efeito em todo o corpo da mulher grávida se deve ao fato da tríade Preocupação - Tensão - Desconforto.A preocupação leva a uma resposta de tensão protetora, que não é apenas mental, mas também de pressão muscular. Quando uma mulher grávida entra em trabalho de parto e está tensa, o colo do útero tem problemas de dilatação para a saída natural da criança, causando dor. Além disso, quando uma mulher se encontra em cenários de dor, com medo e pressão, ela interpreta como uma situação de perigo, o que pode intensificar sua preocupação e estresse, gerando um círculo vicioso.Essa mesma idéia de tríade pode ser utilizada para qualquer outro tipo de dor.Esclarecimento TécnicoSe formos muito mais técnicos no assunto, podemos buscar as explicações de dois psiquiatras coreanos, que publicaram seus recursos na Biblioteca Nacional de Medicamentos dos Estados Unidos. Segundo eles, a redução da dor obtida pela hipnose pode ser dividida em duas partes: corporal e um ajuste alterado ou distração cognitiva. O estresse muscular costuma ser acompanhado de dor. Quando há dor, uma região originada dessa dor aumenta como tensões musculares no local, e isso a intensifica ainda mais. Mas quando a mente tem ideias de imagens que direcionam ao repouso corporal, como ficar “flutuando”, os tecidos musculares no local se relaxam e o desconforto começa a diminuir.Vários métodos podem ser utilizados para mudar a percepção do paciente. Homens e mulheres que seguem significativamente menos métodos de hipnose poderiam responder muito melhor como estratégias de distração, o que pode fazer a concentração do paciente competir com as regiões do corpo em que ele sente dor emocional, fazendo com que ele não a sinta mais. Além disso, as sugestões de imagens também podem ter resultados muito mais otimistas em indivíduos com pequena suscetibilidade à hipnose.Para quem sofre de maior suscetibilidade à hipnose, eles podem ser usados. Por exemplo, a emoção de receber uma injeção de anestesia é qualquer coisa que pode se espalhar durante o local onde a dor está concentrada. Também pode sugerir que o desconforto é um “fluido ruim” que flui para dentro do corpo, mas pode fluir para fora do corpo humano.Agora, você pode estar se perguntando: qual é a prova científica de que a hipnose pode realmente ajudar no controle da dor? Continue lendo para descobrir essa resposta.Quais são as evidências de que a auto-hipnose pode ajudar?A hipnose é atualmente recomendada pela OMS para o tratamento de ansidade, síndrome do pânico e insônia. Mas há um estudo da Biblioteca Nacional de Drogas dos Estados Unidos, que demonstra que a auto-hipnose pode ser empregada como uma forma de tratar dores de longa duração.Nesta revisão, ele demonstra que uma equipe de estudo que sentia o desconforto nas costas constantemente, passou por um método de sugestão utilizando a auto-hipnose por pelo menos 3 meses. As conclusões chegaram por meio de formulários que foram preechidos antes e logo depois da pesquisa do grupo, e mencionaram que houve uma redução de 25% na sensação de dor. Um resultado considerado substancial.Se analisarmos em outro estudo, no Journal of the American Psychiatric Nurses Association, mostra que o uso da hipnose para o alívio da dor demonstrou ser eficiente para diferentes tipos de dor crônica, especialmente em adultos que responderam positivamente quando tratados com hipnose, diminuindo seus intervalos de dor e melhorando a qualidade de vida diária do grupo de estudo. Eles também concluem que a hipnose pode ser uma forma muito mais eficaz de minimizar a dor do que outras opções psicológicas.Anteriormente, a BMC Geriatrics executou um estudo sobre a utilidade da auto-hipnose em pessoas idosas para controlar a dor contínua e chegou ao resumo de que a hipnose pode ser um tipo alternativo de controle da dor e pode mesmo agora ser utilizada com o monitoramento do tratamento.Por essa razão, a auto-hipnose para diminuir a dor é uma forma substituta que tem se mostrado eficiente para várias idades com dores distintas. Sendo, então, um medicamento substituto de seus portadores, por isso, é aconselhável que antes de começar qualquer tipo de remédio por hipnose, seja necessário ter um diagnóstico médico da pessoa afetada para compreender a origem do desconforto.